Desenvolvido no âmbito do município de Ilhéus, o “Projeto Espelho Meu”, pactuado com a Rede Universitária de Enfrentamento da Hanseníase no Estado da Bahia, realiza uma ação integrada para a detecção ativa de casos de hanseníase. Vinculada à Secretaria Municipal de Saúde, o projeto atua em articulação com o curso de Fisioterapia da Faculdade Madre Thaís - FMT, que agora funciona na sede própria da Faculdade de Ilhéus.
Conhecida há milênios, a hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium leprae, que atinge pele e nervos periféricos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz, podendo ocasionar sérias incapacidades e deformidades físicas, com consequente comprometimento da vida social e produtiva dos indivíduos acometidos.
Sob a supervisão da professora Gracielle Santos, diversas ações do projeto foram realizadas neste mês de março, como capacitação dirigida à equipe de saúde da Atenção Primária e aos alunos da disciplina Neurociências, ministrada para o terceiro e quarto semestres do curso de Fisioterapia, que aconteceu dia 9. Nos dias 10 e 11, houve busca por acasos ativos de Hanseníase na comunidade. Já no dia 14, foi feita a avaliação dos casos triados juntamente com o serviço de Referência que funciona no Centro de Atendimento Especializado - CAE III, localizado na Avenida Canavieiras, centro da cidade.
Nessa ação, foram a campo os discentes de Fisioterapia da FMT/Cesupi, acompanhados pela professora Gracielle Santos, diretora da Rede Hans Bahia, por Eliana Mello, vice-diretora da Rede Hans Bahia e enfermeira de Referência, e Jane Francisca Benjamim, coordenadora dos Programas Nacionais de Controle da Tuberculose e Hanseníase no município de Ilhéus. As atividades do projeto foram também debatidas durante as aulas de Neuroanatomia e de Neuroanatomofisiologia, que aconteceram no Laboratório de Anatomia da Faculdade de Ilhéus.
Conforme informação da professora Gracielle Santos, a “Hanseníase compõe o quadro de doenças negligenciadas, manifestando-se endemicamente nas populações mais pobres e com acesso limitado aos serviços de saúde, fazendo-se necessária uma abordagem integrada, além de intervenções econômicas para a sua prevenção e controle”. Em Ilhéus, comporta-se como doença de baixa endemicidade considerando a população geral, porém apresenta-se com padrão de alta endemicidade em algumas localidades, a exemplo do bairro Salobrinho, que mantém altas taxas de detecção ao longo dos anos.
Por Zé Carlinhos