Eleições na França: o que explica a ascensão de Le Pen nas pesquisas

Possível vitória da candidata de extrema-direita, que vem mostrando crescimento nas pesquisas eleitorais, preocupa a União Europeia e a Otan

No próximo domingo (24), o atual presidente da França, Emmanuel Macron, e a representante da extrema-direita, Marine Le Pen , se enfrentam no segundo turno das eleições presidenciais do país . A ascensão de Le Pen tem chamado a atenção nas pesquisas de intenção de voto após ela ter ganhado força às vésperas do primeiro turno, que aconteceu no último dia 10 .
Embora os últimos levantamentos divulgados apontem para uma reeleição de Macron, a disputa ainda aparece acirrada entre os candidatos. Uma pesquisa Ipsos & Sopra Steria divulgada nessa segunda-feira (18) mostra o presidente francês com 12 pontos de vantagem sobre Le Pen no segundo turno. De acordo com os dados, o atual chefe de Estado marca 56% contra 44% da deputada, que vem subindo nas intenções de voto.
Pesquisa mostra disputa acirrada entre Le Pen e Macron

Com os resultados das pesquisas que mostraram diminuição da vantagem dele sobre Le Pen, antes do primeiro turno Macron lamentou ter começado a campanha eleitoral "mais tarde do que ele desejava" , em comparação com os concorrentes.
Graziela Dumard, doutoranda em Sociologia pela Universidade Estadual de Londrina, mestre em Ciência Política e Internacionalista, explica que os esforços de Macron para tentar mediar a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro , o ajudou a alcançar protagonismo como possível estadista na União Europeia, mas também fez com que ele anunciasse sua candidatura à reeleição mais tarde, somente no início de março.
"Macron evitou participar de debates e eventos de campanha, e isso pode ser outro motivo que ajudou Le Pen a diminuir a vantagem, especialmente quando observamos que na França o voto não é obrigatório. E Le Pen, diferentemente de Macron, fez bastante campanha pelo país."
A guinada de Le Pen aconteceu depois que ela decidiu apostar em um discurso mais moderado, tentando melhorar a imagem de política ultranacionalista e xenófoba que carrega desde quando assumiu o lugar de seu pai, Jean-Marie Le Pen, como líder do partido em 2011. Com essa mudança, ela também atende a algumas expectativas do eleitorado centro-direita. Leia mais...
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