Maia diz que desiste de disputar eleição e pede PSDB ‘à direita de Lula’

O deputado Rodrigo Maia defendeu que o PSDB precisa deixar mais claro para a população que é de centro-direita e não terceira via. Também disse que vota em Lula contra Bolsonaro
 
Rodrigo Maia (Foto: Michel Jesus/ Câmara dos Deputados)

O deputado federal licenciado Rodrigo Maia (PSDB), 51, desistiu de concorrer ao Legislativo e abriu espaço para sua irmã gêmea, Daniela Maia (PSDB), que deixou a presidência da RioTur. O parlamentar, que cumpriu seis mandatos consecutivos no Congresso e presidiu a Câmara duas vezes, afirmou que a legenda tucana precisa deixar mais claro para o eleitor qual o campo ideológico do partido.
"Desde o governo Fernando Henrique Cardoso, o PSDB tem um problema de aceitar que está à direita do Lula. O PSDB precisa aceitar isso. É assim que a sociedade nos vê. A gente fez pesquisas por muitos anos. Se a sociedade entende que o Lula é esquerda, então o adversário tem que estar no outro polo. Precisamos resgatar o nosso eleitor e mostrar que nesse campo existe um caminho a ser ocupado", disse Maia em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.

"O eleitor de centro pode decidir a eleição, mas não é majoritário. O PSDB é o principal partido de contraponto ao PT, para não usar o termo centro-direita, que alguns tucanos não gostam. Reclamam comigo quando eu uso", complementou.

Voto em Lula

votar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um segundo turno contra Jair Bolsonaro (PL). "Se o governador João Doria não estiver no 2° turno, e acredito que ele estará, o natural é que eu caminhe para votar no presidente Lula no 2° turno. Mas acredito em um 2° turno Lula x Doria", disse Maia.
O parlamentar disse que avalia como uma "decisão acertada" do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) em ser vice de Lula, caso a chapa seja confirmada.
"Alckmin sabia que enfrentar uma eleição contra a máquina em São Paulo não seria simples. É importante abrir espaço para outros. Seria o 5° mandato dele. Alckmin avaliou o cenário político atual. Tomou uma decisão pessoal de fazer uma aliança da esquerda a centro direita para colaborar com enfrentamento a esse governo que não é muito democrático. Lula é nosso adversário, mas não é nosso inimigo".
O ex-presidente da Câmara assumirá a presidência da federação formada por PSDB e Cidadania no Rio de Janeiro, mas afirmou que segue como coordenador do plano de governo de João Doria. Ele disse que vai se dedicar à política fluminense nos finais de semana.
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