Ministros do STF temem golpe de Bolsonaro e grupo do Congresso articula defesa da Corte

Ministros temem que Bolsonaro não respeite o resultado das urnas ou que impeça a realização da eleição. "Pela primeira vez acendeu um sinal além do amarelo", disse Randolfe

Bolsonaro, fachada do STF e urna eletrônica (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino | STF | TRE)

Após Jair Bolsonaro (PL) retomar nas últimas semanas seus ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ameaças à democracia, um grupo de seis senadores, aliados ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), inaugurou um movimento em defesa da Corte.
Randolfe Rodrigues (Rede-AM), Renan Calheiros (MDB-AL), Marcelo Castro (MDB-PI), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Eduardo Braga (MDB-AM) e Simone Tebet (MDB-MS) fizeram visitas a ministros do Supremo entre terça-feira (26) e quarta-feira (27). O ministro Edson Fachin foi um dos que receberam os parlamentares, além de Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso e André Mendonça.
Os políticos ouviram dos ministros reclamações sobre o isolamento do STF e sobre a falta de defesa do Congresso. Eles também manifestaram preocupação com a possibilidade de Bolsonaro não reconhecer uma eventual derrota na eleição deste ano. Eles temem até mesmo que o chefe do Executivo inviabilize a realização do pleito caso as pesquisas indiquem uma distância muito grande entre ele e seu principal opositor, o ex-presidente Lula (PT).
"Pela primeira vez, para nós, acendeu um sinal além do amarelo, pois existe uma clara ameaça. Decidimos organizar um movimento suprapartidário de defesa do STF e da democracia. Não deixaremos uma instituição isolada porque isso é um espaço para ruptura democrática. (...) Temos uma percepção institucional que, do ponto de vista do parlamento, a Câmara foi capturada pelo bolsonarismo e o Senado é a ultima esfera de defesa da democracia. Além de tudo, o presidente do Senado é o presidente do Congresso", alertou Randolfe Rodrigues.
"Nenhum poder pode ficar sozinho, é preciso mostrar solidariedade ao STF. Vamos estabelecer um calendário de conversas com todos os setores além da corte. Isso incluirá militares e ex-ministros da Defesa", declarou Renan Calheiros.Após a rodada de conversas com ministros do Supremo, os senadores se reuniram com Pacheco e se comprometeram a respaldar atos do presidente do Senado em defesa da Corte e das eleições. Eles também traçaram uma estratégia para reagir às ameaças de Bolsonaro.
Sob a liderança de Pacheco, o grupo fará nos próximos dias manifestações públicas em apoio ao STF e irão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao Supremo para dar suporte às Cortes.
Os políticos também convidarão observadores internacionais para acompanhar o processo eleitoral do Brasil e vão intensificar o diálogo com as Forças Armadas, para garantir que a instituição respeite o resultado das urnas.

Por Basil2 47
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