Crises de ansiedade, além de relatos de tristeza e dificuldade de lidar com a pressão, têm sido frequentes
Após mais de dois anos de pandemia e diante do longo período de escolas fechadas, pais, professoes e os próprios estudantes têm percebido problemas de saúde mental entre crianças e adolescentes. Crises de ansiedade, além de relatos de tristeza e dificuldade de lidar com a pressão, têm sido frequentes.
Os problemas socioemocionais dos alunos trazem obviamente sofrimento para os pais. Muitos relatam dúvidas sobre a maneira correta de agir e como ajudar de fato. O psiquiatra Rodrigo Bressan, coordenador do programa ‘Cuca Legal’, com foco na saúde mental nas escolas, recomenda que os pais tentem se distanciar do problema. “Mesmo com a ligação afetiva, os pais devem tentar se distanciar para entender o desafio. Não ajuda muito reclamar da escola, por exemplo, e olhar só as dificuldades”, afirma ele, professor de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
A psicóloga Adriana Severine afirma que é importante conversar com os filhos – sem interrompê-los ou ficar olhando mensagens no celular durante o papo. “Uma conversa olho no olho vai mostrar como os pais podem interferir, seja no medo do vírus ou na dificuldade de se relacionar”, opina a especialista.
Veja algumas dicas para ficar atento:
Alterações de comportamento, como crises de choro e acessos de raiva, também merecem atenção;
Cansaço, falta de energia e de ânimo;
Queda da concentração (ficar ‘desligado” muitas vezes);
Excesso de tempo em frente às telas (computadores, celulares e televisão);
Frequência nas aulas (muitas faltas devem começar a preocupar);
Converse com a professora para saber como a criança está indo na escola;
Exagero nos padrões alimentadores (comer muito ou passar horas sem comer);
Pergunte se os amigos são reais ou virtuais – o ideal é ter uma maioria significativa de amigos que podem ser definidos como ‘concretos’;
Procure um profissional de saúde mental (psicólogo ou psiquiatra).
Estadão Conteúdo