A partir de agosto, Alckmin deverá também cumprir um roteiro próprio em regiões onde o PT sofre forte resistência
Potencial vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) acompanhará o petista nas viagens durante os dois primeiros meses da campanha, a partir da oficialização da candidatura no sábado (7).
A convite de Lula, Alckmin deverá integrar as comitivas a Minas, onde passarão por Belo Horizonte, Contagem e Juiz de Fora. No fim de maio, os dois viajarão para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Pelo roteiro, a dupla viajará ao Norte no início de junho.
O plano de viagens tem a intenção de apresentar a chapa ao eleitor, como antecipou o Painel.
A partir de agosto, Alckmin deverá também cumprir um roteiro próprio em regiões onde o PT sofre forte resistência, a começar pelo interior de São Paulo.
Ele também deverá acompanhar Lula em quatro viagens no estado.
Em São Paulo, a atuação de Alckmin em favor da candidatura de Fernando Haddad depende ainda da definição do PSB sobre o destino político de Márcio França. Ex-governador de São Paulo, França insiste em concorrer ao Palácio dos Bandeirantes, o que limitaria a ação de Alckmin.
Colaboradores de Lula definem como o ideal o lançamento de uma candidatura única, unindo PT ao PSB. Tida como remota, essa aliança permitiria maior desenvoltura a Alckmin em suas andanças pelo estado.
Nesta segunda-feira (2), o ex-tucano disse que o contato com o eleitor é a melhor parte da disputa eleitoral. “Essa é a lógica da campanha. Depois que você se elege, as pessoas se inibem um pouco”, disse Alckmin, afirmando que, nas ruas, “você sente melhor as pessoas, elas se abrem mais, falam mais”.
Questionado se viajaria ao lado de Lula ou separadamente, Alckmin disse que as duas coisas. “Em alguns lugares ir junto e a maioria, sozinho.”
Três vezes governador de São Paulo, Alckmin deverá centrar esforços na área de vocação agrícola.
Além do interior de São Paulo, a aposta é que o ex-governador ajude a dissipar resistência junto a setores da economia, como agronegócio e saúde.
Com assento reservado na coordenação de campanha de Lula, o ex-governador do Piauí Wellington Dias afirma que Alckmin “tem um elo bom com os médicos, setor da saúde, e agronegócio também”.
Antes de embarcar nessa estratégia, Alckmin terá que explicar a seus eleitores, muitos deles refratários ao PT, por que se aliou a Lula.
Ele também deverá designar um representante para a coordenação da campanha de Lula. O ex-governador já tem marcado presença nas agendas do petista.
Nesta segunda, Alckmin participou de reunião onde foi apresentado a Lula o resultado de uma pesquisa realizada em todo o país. A partir desses números, nascerá a programação de futuras viagens.
Por Estadão Conteúdo
Catia Seabra
Rio de Janeiro, RJ