Em ato no sul da BA, indígenas pedem justiça pelas mortes de Dom Phillips e Bruno Pereira




Um grupo de indígenas se reuniu em frente à Fundação Nacional do Índio (Funai), em Porto Seguro, sul da Bahia, para pedir justiça pelas mortes de Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira. O protesto aconteceu na manhã desta quinta-feira (23).





O ato faz parte de uma mobilização nacional para que os culpados pelas mortes do jornalista inglês e do indigenista sejam devidamente identificados e responsabilizados. As informações são do g1 Bahia




Em entrevista ao g1 Bahia, Juari Pataxó disse que os povos indígenas apoiam a causa dos servidores da Funai, de indigenistas e repórteres que fazem parte da causa indígena. Ele também destacou que o ato foi para pedir justiça pelas barbaridades que têm ocorrido, como a morte de Dom e Bruno.

Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira desapareceram em 5 de junho, enquanto faziam uma viagem na terra indígena do Vale do Javari, no Amazonas. Os restos mortais deles foram encontrados no dia 15 de junho, após um dos suspeitos confessar envolvimento.

Três homens já foram presos por terem participação no crime. De acordo com a Polícia Federal, outros cinco homens que ajudaram a enterrar os corpos de Bruno e Dom na mata foram identificados.

Segundo a perícia, Bruno foi atingido por três disparos, dois no tórax e um na cabeça. Já Dom foi baleado uma vez, no tórax. A embarcação usada pelos dois será periciada nesta quinta.

A motivação do crime ainda é incerta, mas a polícia apura se há relação com a atividade de pesca ilegal e tráfico de drogas na região. Segunda maior terra indígena do país, o Vale do Javari é palco de conflitos típicos da Amazônia: desmatamento e avanço do garimpo.

O funeral e a cremação do corpo de Dom Phillips vai acontecer no próximo domingo (26), no Cemitério Parque da Colina, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, conforme informações da família do jornalista britânico.

Os manifestantes também protestaram contra o marco temporal e pela demarcação das terras indígenas. Com o marco temporal, as etnias só podem reivindicar a demarcação de terras nas quais já estavam antes da promulgação da Constituição de 1988. A discussão põe ruralistas e povos originários em lados opostos e o governo Bolsonaro é favorável à tese. No local, o grupo segurava cartazes com frases como: “não ao marco temporal”, “demarcação já” e “fora Bolsonaro”.
Postagem Anterior Próxima Postagem

Leia o texto em voz alta: