A Rússia pode começar a comprar as moedas dos “países amigáveis” e usar essas carteiras para influenciar a taxa de câmbio do dólar e do euro, como um meio de combater os ganhos acentuados no rublo, disse o ministro das Finanças do país nesta quarta-feira (29).
O rublo subiu para máximas de sete anos, impulsionado pelos controles de capital que incluem restrições para saques pelos russos de poupança em moeda estrangeira, corroendo assim a renda de exportação da Rússia ao depreciar o valor do dólar e do euro proveniente das vendas no exterior de commodities e outros bens.
As autoridades na Rússia deixaram de comprar moeda estrangeira através de intervenções no mercado em fevereiro, sob uma regra orçamentária destinada à proteção de choques externos.
As quedas do rublo foram desencadeadas por temores de duras sanções ocidentais no período que antecedeu o que Moscou chamou de “operação militar especial” na Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro.
O ministro das Finanças, Anton Siluanov, disse que, sob uma regra orçamentária “modificada”, mantendo a política do banco central de operar uma taxa de câmbio flutuante, seu ministério estava pronto para intervir e acumular moedas de “países amigáveis” em suas reservas.
“Através das moedas dos países amigos, através de taxas cruzadas com o dólar e o euro será possível regular o custo do euro e do dólar em relação ao rublo”, disse ele em uma conferência organizada por um grupo de lobby empresarial russo.
“Discutiremos isto com o bloco econômico do governo. O banco central concordou”
Siluanov, que não deu outros detalhes sobre como o esquema poderia funcionar, disse que a Rússia também pode fazer cortes não especificados nos gastos do Estado para tentar ajudar a manter um limite sobre o rublo.