Sobe taxa de ocupação de UTIs por Covid em Goiás e Pernambuco




(FOLHAPRESS) - Depois de uma queda nas internações, Goiás e Pernambuco registraram alta na ocupação de UTIs (unidades de terapia intensiva) com casos graves de pacientes com Covid-19, com taxas de 80% e 72%, respectivamente.


Também houve crescimento na taxa de ocupação de leitos nos estados do Sul do país, porém os governos não separam quais internações se referem somente a casos relacionados ao coronavírus.
Nas demais unidades da Federação, em sua maioria, a taxa fica abaixo de 50%.

Em Goiás, no início de maio, a taxa de ocupação atingia 50%, com 71 leitos. No começo desta semana, subiu para 80%, com 66 leitos, segundo boletim epidemiológico.


Com o aumento de infecções, o número total de leitos de UTI subirá para 116. Também haverá o acréscimo de 60 vagas de enfermaria.

Na avaliação do governo, a alta de casos é sazonal, influenciada pelo clima frio, e a abertura de vagas se deve também ao aumento de pedidos de internações de casos suspeitos, que precisam de isolamento.

Em Pernambuco, a taxa de ocupação de leitos de SRAG (síndrome respiratória aguda grave), incluindo casos de Covid, é de 72% nas UTIs, de um total de 808 leitos. No começo de maio, o índice era de 63% -o número de leitos utilizados à época não foi informado.

A maior pressão está sobre os leitos pediátricos para pacientes com problemas respiratórios, com a ocupação chegando a 88% nas UTIs infantis.

O Governo de Pernambuco afirma que conta com 302 leitos para crianças com SRAG, sendo 158 de UTI e 144 de enfermaria. Segundo a gestão estadual, o avanço de problemas respiratórios no público infantil "extrapola qualquer planejamento".

Quanto à taxa de ocupação dos leitos para as outras faixas etárias, a Secretaria de Saúde pernambucana diz, em nota, que a ocupação se mantém em estabilidade. A pasta acrescentou que essas taxas sofrem interferência da redução no número de leitos. Segundo o governo, "muitas vagas, por causa da redução nos indicadores da Covid-19, foram reconvertidas para o atendimento de outras doenças".


No estado de São Paulo, em 2 de maio, 847 pessoas com suspeita ou confirmação da doença ocupavam um leito de enfermaria e 448 estavam na terapia intensiva. Na última segunda (6), foram contabilizados 2.416 e 1.050 pacientes, respectivamente -alta de 185% nas enfermarias e de 134% nas UTIs.

Em relação às taxas de ocupação, no dia 2 de maio, o estado registrou 16,6% nas enfermarias e 20% nas UTIs, contra 43,1% e 45,6%, atualmente.

"Embora o total de pessoas internadas hoje seja inferior ao registrado em ondas de contágio anteriores, o ritmo das novas admissões hospitalares tem sido compatível com outros momentos críticos da pandemia", afirma Wallace Casaca, coordenador da plataforma SP Covid-19 Info Tracker, criada por pesquisadores da USP e da Unesp com apoio da Fapesp para acompanhar a evolução da pandemia.

Na capital paulista, dos 186 leitos UTI Covid, 137 estavam ocupados na última segunda-feira (6), o que corresponde a 74%. Nas enfermarias, a ocupação estava menor (46%), com 144 dos 312 leitos em operação.

Em 2 de maio, dos 175 leitos UTI Covid, 30 estavam ocupados (17%). Nas enfermarias, a ocupação estava menor (10%), com 31 dos 296 leitos em operação.

Quanto à média móvel de novas internações no estado de São Paulo, comparando os dias 2 de maio e 6 de junho, a alta foi de 189% -de 174 para 503.

Em relação aos leitos pediátricos, o estado conta com cerca de 600 de enfermaria (49,4% de ocupação) e 300 leitos de UTI (46,8% de ocupação).

A pasta alerta que, durante este período do ano, com a redução das temperaturas, é comum o aumento de hospitalizações por SRAG em crianças menores de dez anos.

A capital paulista dispõe de 376 leitos de enfermaria pediátrica e 131 de Unidade de Terapia Intensiva para este público nas unidades hospitalares municipais.


No dia 6 de junho, 343 leitos de enfermaria pediátrica estavam ocupados (91% do total). Nas UTIs pediátricas, havia 109 leitos internados (83% do total).

Na região Sul, os estados apresentam patamares elevados de ocupação de UTI, porém os governos não detalham quais são pacientes só de Covid.

A onda de frio que chegou adiantada em 2022 aumentou a pressão sobre o sistema de saúde, mas a Covid passou a ser um problema menor nesta equação em comparação a 2021.

Embora o Rio Grande do Sul tenha fechado a semana com o menor número de leitos de UTI disponíveis desde 7 de julho de 2021 (651 de um universo de 2.495 leitos), os casos de Covid (suspeitos e confirmados) somam um número sete vezes menor. Eram 1.594 em 2021, e 230 nesta semana.

No estado, em maio, a média de internações em leitos clínicos por Covid ficou em 500 casos por dia. Levando em conta os sete primeiros dias de junho, essa média cresceu para 768. O número está acima de 700 desde 30 de maio.

O índice chama a atenção e repete patamares do início de março de 2022, quando as internações sofreram impacto do rescaldo do verão e do Carnaval. Mas é bem distante do ápice da pandemia, em março de 2021, quando havia 6.189 internados por Covid em leitos clínicos de hospitais gaúchos.

Em Santa Catarina, o sistema de saúde também é pressionado pela chegada do frio. Dos 1.051 leitos de UTI pelo SUS ativos no estado, 1.026 estão ocupados (98%). Porém, apenas 29 deles são ocupados por pacientes com Covid. Há 36 leitos no estado reservados para a Covid.

No Paraná, a taxa chega a 95% de ocupação, do total de 1.855 leitos de UTI. Em relação aos 6.441 leitos de enfermaria adulto, a taxa de ocupação era de 47%.

No Distrito Federal, a taxa de ocupação de leitos de UTI para pacientes com Covid-19 na rede pública é de 32%. Dos 94 leitos de UTI do SUS, 30 estão ocupados e 15, interditados.


Todos os leitos públicos de UTI para crianças com coronavírus estão ocupados. A rede pública tem hoje dez leitos pediátricos para Covid-19. Em maio, eram 12. A taxa de ocupação também estava em 100%.

No Rio de Janeiro, em meio ao crescimento dos casos, o governo não está reunindo e divulgando os dados a respeito da ocupação dos leitos.

A Secretaria Estadual de Saúde argumenta que a taxa de ocupação vinha sendo reportada pelos municípios, que pararam de repassar a informação quando a maior parte dos leitos deixou de ser exclusiva para a doença. "Por esse motivo, esse dado está sendo revisto para voltar a ser informado", diz a pasta em nota.

A secretaria afirma que conta com um cronograma escalonado para reversão dos leitos de Covid-19, caso haja necessidade de ampliação. No sábado (4), 30 leitos de enfermaria do Hospital Estadual Dr. Ricardo Cruz foram revertidos para atendimento de casos de Covid-19. O mesmo ocorreu com outros dez leitos de UTI, na última segunda-feira (6).

O número de atendimentos a casos de síndrome gripal em UPAs do estado teve um aumento de 5% em relação à média móvel dos últimos sete dias. Na primeira semana de maio, foram 358 atendimentos. Na semana de 22 a 28 de maio, 395.

Minas Gerais também passou a não separar dados de casos graves de Covid em UTIs das doenças em geral. O número diário de casos confirmados da doença no estado tem crescido, saltando de 210 em 2 de maio para 9.063 nesta quarta-feira (8), conforme dados da Secretaria de Saúde.

O número de mortes pela doença também teve alta expressiva no período, passando de 24 para 113.

O total de casos sob acompanhamento (pessoas infectadas e que estão sob monitoramento) mais que dobrou neste intervalo, passando de 70.813 em 2 de maio para 173.272 nesta quarta-feira (8).

No Ceará, a ocupação das vagas é de 40%, mesmo percentual computado no mês anterior.

Do total de leitos públicos para UTI no sistema cearense, 24 estão concentrados na capital, Fortaleza, que registra uma taxa de ocupação de 40% -o mesmo nível do estado. São 12 pontos percentuais a menos do que apontava o levantamento realizado em maio.
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