Nos últimos 14 anos subi inúmeras vezes a Serra do Córrego Grande e lá fiz amizades verdadeiras que levo para toda a minha vida. A serra ou a ‘montanha mágica’ é um local encantador que `encanta` quem sobe e faz com que a pessoa volte outras vezes.
No topo da montanha você verdadeiramente se sente próximo de Deus. A altura do local, o sopro do ar puro, o silêncio dos barulhos do mundo, o canto dos pássaros e das águas descendo a serra purificam a alma, sugando todos os seus problemas do dia a dia.
Ontem (domingo, 28/08) eu voltei à serra depois que Pedro Gama partiu. Subi com Thiago, Cris e Ana (esposa de Pedro). A subida foi no ritmo de Ana, que claramente refletia, a cada passo dado, como seria a chegada à sua fazenda sem a presença alegre e irreverente do seu companheiro de 40 anos de vida, amor e cumplicidade.
Por vezes vi Ana respirar fundo e silenciosamente gritar por Pedro. A chegada na sua casa depois de algumas horas de caminhada foi um momento de muita reflexão para todos nós. Pela primeira vez nós chegamos e não encontramos Pedro na entrada nos dando as boas-vindas. Vi a montanha ficar pequena sem a presença do meu amigo e a vontade de chorar bateu e o peito apertou de tristeza.
O clima de tristeza acabou com a chegada da família de Ana, que apareceu trazendo alegria e o local voltou a emanar paz e felicidade. E o espírito do nosso saudoso amigo acalentou o coração de todos os presentes.
No final da tarde plantamos mais algumas mudas na fazenda de Abel de Furtuoso e Cristiane e descemos a montanha contemplando nossa rica e querida natureza com a certeza que Pedro, de onde estiver, ficou feliz com a nossa visita. Dia 18 subiremos novamente para agradecer e homenagear o nosso saudoso amigo.
Arnold Coelho
Tentando entender o sentido da partida