SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, negou nesta sexta-feira (16) que Moscou tenha qualquer relação com a crise energética que a Europa enfrenta, alegando que a União Europeia poderia reaver o fornecimento de gás russo caso suspendesse as sanções que impôs contra o país e que impedem a abertura do Nord Stream 2.
Depois de participar de uma reunião da Organização de Cooperação de Xangai no Uzbequistão, Putin culpou o que chamou de "agenda verde" pelas instabilidades do mercado energético europeu e insistiu que a Rússia cumpriria com suas obrigações caso a distribuição seja restabelecida.
"A conclusão é que, se é de tamanha urgência e está tão difícil para você [UE], apenas suspenda as sanções impostas sobre o Nord Stream 2 [e à Rússia], que haverá 55 milhões de metros cúbicos de gás por ano. É só apertar o botão que tudo vai acontecer", disse.
Espécie de irmão do gasoduto que operava até ter as torneiras fechadas no final de agosto, o Nord Stream 2 terminou de ser construído em setembro de 2021 e também conecta Rússia e Alemanha. A eclosão da Guerra da Ucrânia e a pressão internacional, no entanto, levaram o premiê Olaf Scholz a congelar a certificação da estrutura.
De um lado, a Europa acusa Moscou de utilizar a distribuição energética para retaliar as sanções ocidentais. Do outro, Putin alega que o Ocidente iniciou uma guerra econômica e que as sanções são responsáveis pela paralisação do fluxo de gás.