Rui Costa avisa que GSI será renovado e confirma visita de Lula à Bahia no dia 20




Da Redação

O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), disse que a atuação dos militares nos ataques ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro com a invasão e depredação das sedes dos três Poderes “está longe de corresponder a uma eficiência para qual essas forças são treinadas”. Rui afirmou ainda que a equipe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) será renovada, passará por um treinamento e adotará novo protocolo de segurança. A informação foi dada pelo baiano ao jornal O Globo.

Na entrevista ao diário carioca, o titular da Casa Civil analisou as duas primeiras semanas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pontuou os caminhos pelos quais a gestão deve seguir diante de possíveis crises que podem surgir.

A divergência de discursos de ministros na primeira semana de governo, Rui atribui ao modo com que a transição precisou ser feita, sem a colaboração do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para ele, isso dificultou a instalação de um modo uniforme de adotar procedimentos e de fazer debates na equipe ministerial. “O debate não é ruim. Só precisa ficar claro aquilo que já é opinião do governo, tomada e ratificada pelo presidente da República, ou apenas uma opinião pessoal, que absolutamente todos têm direito a ter. Essas conversas de alinhamento estão sendo feitas. Lula está recebendo todos os ministros, dizendo qual o fluxo que ele quer”, aponta.

Uma dessas divergências foi qual o procedimento adotar a respeito dos acampamentos de bolsonaristas que pediam por intervenção militar em frente aos quarteis pelo país. De acordo com o petista, havia um consenso entre os ministros de que os acampamentos tinham que ser desfeitos, o debate existente era sobre a velocidade com a qual isso seria feito. “O que se materializou e comprovou é que esses acampamentos estavam servindo de incubadoras para atos violentos e ilegais. Não conheço, na história do Brasil, momentos em que as Forças Armadas tenham permitido acampamentos de movimentos sociais com quaisquer reivindicações nas portas das suas unidades. Então, isso talvez seja algo singular e único na história das Forças Armadas. Não deveria ter sido permitido em momento algum”, argumenta na entrevista a O Globo.

O ex-governador da Bahia falou também sobre a possível convivência de militares sobre os atos golpistas em Brasília, a desconfiança do presidente Lula de os vândalos terem obtido “ajuda interna” de servidores dos prédios na Praça dos Três Poderes. “Os inquéritos serão abertos para civis e eventualmente para militares, se vier a ser materializado e comprovado que não agiram dentro do padrão para qual foram treinados (…) Aquela pessoa que quebrou o relógio de Dom João VI estava vestida com camisa de Bolsonaro. E ela aparece em várias câmeras com postura de liderança, chamando os outros, coordenando. Parece que sabia para onde estava indo. Há imagens de vários deles tentando acessar os caixas eletrônicos. Um deles chegou a sacar”, avalia Rui.

Ainda na entrevista, o ministrou pontuou quais devem ser a prioridades do governo federal nas próximas semanas, dentre elas, uma agenda na Bahia com Lula para inaugurar imóveis do “minha Casa, Minha Vida”.

“Um exemplo é a revisão completa no cadastro dos beneficiários do Bolsa Família, para que quem receba sejam de fato aqueles que precisam. As ações prioritárias são as voltadas para a ação social, combate à fome, garantia de uma renda mínima para os que de fato precisam e garantir a busca ativa. Prioridade absoluta é também o Minha Casa, Minha Vida. No dia 20, o presidente já vai estar na Bahia fazendo inauguração e, por incrível que pareça, simultaneamente vai inaugurar mais de 4 mil unidades no Brasil”, apontou Rui.
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