Quase 57 anos após ser desativada, a Ferrovia Bahia-Minas deve ser reconstruída e reativada. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), por meio da diretoria colegiada, autorizou a construção e a exploração do trecho original de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha de Minas, a Caravelas, no Extremo-Sul da Bahia, totalizando 578 quilômetros.
A Porto Caravelas MTC Construção e Administração Portuária é a interessada em reativar a ferrovia. O prazo de concessão definido é de 98 anos. A empresa tem 30 dias para assinar o contrato, sob pena de perda de validade.
O objetivo principal da reativação da Bahia-Minas é o transporte de eucalipto até a fabrica da Suzano em Mucuri. Além do eucalipto, a ferrovia poderá ajudar a escoar a produção do Sul Baiano, como o cacau e outras frutas como melão e melancia, exportados para a Europa pelo Sudeste do país.
Outro produto que pode ser transportado pela ferrovia é o lítio. Atualmente, a Sigma Lithium, da boutique A10 Investimentos, investe pesado na construção de uma planta de extração entre os municípios de Araçuaí e Itinga, no Vale do Jequitinhonha, para produzir lítio de alta pureza, usado na produção de baterias. A expectativa é chegar à produção de 220 mil toneladas por ano de concentrado de lítio. O produto iria até Caravelas e de lá seguiria para Ilhéus, de onde pode ser exportado.
O turismo também poderá ser fomentado com a reativação da Bahia-Minas. Há a expectativa que haja trens ou vagões de passageiros, incrementando as atrações turísticas das regiões cortadas pela ferrovia.