Da Redação
A Rússia começou a posicionar navios táticos com armas nucleares no Mar Báltico pela primeira vez em 30 anos, informou o Serviço de Inteligência Norueguês em seu relatório anual, enquanto os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) discutem formas de acelerar o fornecimento de armas e munições à Ucrânia e devem analisar o pedido de Kiev por caças para resistir à ofensiva das forças de Moscou.
“A parte principal do potencial nuclear está nos submarinos e navios de superfície da Frota do Norte”, afirmou a inteligência norueguesa no relatório, segundo o qual esse tipo de movimentação acontecia regularmente durante a Guerra Fria, mas é a primeira vez que a moderna Federação Russa faz o mesmo.
Embora a Rússia também tenha capacidades submarinas, cibernéticas e armas antissatélite que podem ameaçar a Noruega e a aliança militar do Atlântico Norte, os dispositivos nucleares táticos são “uma ameaça particularmente séria em vários cenários operacionais nos quais os países da Otan podem estar envolvidos”, disse o relatório.
Ainda segundo a inteligência norueguesa, uma escalada de uma guerra localizada em um conflito mais amplo envolvendo os EUA, a Otan e a Noruega não pode ser descartada. Apesar disso, não são esperadas mudanças significativas na doutrina nuclear russa nos próximos anos.
Otan – O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse nesta terça-feira que é “prioridade” oferecer aos ucranianos os recursos para que possam prosseguir com sua defesa”.
— A prioridade, a urgência, é abastecer os ucranianos com as armas que prometemos para que possam manter a capacidade de defesa — afirmou, ao chegar para a reunião do Grupo de Contato sobre a Ucrânia, conhecido como “Grupo Ramstein”.
Já o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, declarou que o bloco proporcionará “aos ucranianos os meios para resistir e avançar” em uma contraofensiva na primavera do Hemisfério Norte (outono no Brasil).
Ele insistiu na artilharia, defesa antiaérea e veículos blindados, mas não mencionou os caças.
Todas as decisões sobre a entrega de armas à Ucrânia são tomadas por este grupo, presidido pelos Estados Unidos e com a participação de quase 50 países.
— Os caças não são o tema mais importante, mas há um debate em curso — afirmou Stoltenberg.
Para o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, “todos entendem que a questão da defesa aérea e a questão do reabastecimento de munições são muito mais importantes neste momento do que a discussão sobre aviões de combate”.
— O treinamento para os caças leva muitos meses — explicou.
Na segunda-feira Stoltenberg admitiu que a Ucrânia está utilizando atualmente uma quantidade de munições superior à capacidade de produção da Otan, e advertiu que é necessário fortalecer os contratos com as indústrias de armas.
Pistorius anunciou que a indústria alemã pretende reforçar uma linha de produção de munições específicas para sistemas de defesa antiaérea Guepard.
De acordo com a imprensa alemã, os contratos, já assinados, permitiriam a entrega de 300 mil munições à Ucrânia a partir de julho.
O ministro ucraniano da Defesa, Oleksii Reznikov, que está em Bruxelas, insistiu no Twitter sobre a necessidade de assegurar estoques suficientes de munições e peças de manutenção de equipamentos.
Com informações de agências internacionais.