Da Redação
Apenas nove dos 39 parlamentares da bancada baiana na Câmara Federal assinaram o requerimento de criação da CPI do MST, que será instalada por determinação do presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL). Desse total, há apenas um deputado da base do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT): Félix Mendonça Júnior (PDT).
Os demais deputados baianos que assinaram em favor da criação da CPI são da oposição ou se colocam como independentes: Arthur Maia (União), Capitão Alden (PL), José Rocha (União), Leur Lomanto Júnior (União), Márcio Marinho (Republicanos), Paulo Azi (União), Roberta Roma (PL) e Rogéria Santos (Republicanos).
No total, o requerimento contou com 171 assinaturas. O deputado Elmar Nascimento, líder do União Brasil e que busca garantir cargos no governo Lula, sobretudo manter a influência política sobre a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), não assinou o documento. Do mesmo partido, também não respaldou a CPI o deputado Dal Barreto.
Do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, da bancada baiana apenas o deputado Jonga Bacelar, outro que já sinalizou adesão ao governo, também não assinou o requerimento da CPI do MST. No PSDB, que faz oposição a Lula, o único parlamentar baiano, Adolfo Viana, também não apoiou.
Do Republicanos, só quem não assinou pedindo a criação da comissão de investigação foi o deputado Alex Santana. No PP, nenhum dos quatro parlamentares do partido pela Bahia – João Leão, Cláudio Cajado, Mário Negromonte Júnior e Neto Carletto – apoiaram a CPI.
Vale frisar que a CPI do MST que foi engavetada na semana passada pela presidência da Assembleia Legislativa tinha a assinatura de parlamentares aliados do PT na Bahia, a exemplo do PP, PSD e PV, o que não aconteceu na Câmara Federal.
A CPI do MST na Câmara terá 27 deputados como membros, que serão indicados pelos líderes das bancadas. A base do governo vai tentar assumir os cargos de controle da comissão, que são a presidência e a relatoria. Na semana passada, Athur Lira determinou a instalação de outras duas CPIs na Câmara: a das Americanas e a de manipulação dos resultados no futebol. Além disso, o Congresso terá a comissão mista, composta por deputados e senadores, para investigar os atos golpistas do dia 8 de janeiro.