Novo remédio reduz risco de morte por câncer de pulmão em 51%




Da Redação

Cientistas da Universidade Yale, nos Estados Unidos, anunciaram neste domingo (4/6), que um novo medicamento teve resultados muito positivos contra câncer de pulmão, chegando a reduzir 51% o risco de morte dos pacientes que passaram por cirurgia ao longo de cinco anos. Conforme o estudo, a droga osimertinib permitiu sobrevida a 88% dos voluntários que receberam o fármaco em um ensaio clínico, contra 78% que receberam placebo.

De acordo com o anúncio, realizado no congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), em Chicago (EUA), a droga se aplica a pacientes com um tipo específico de câncer pulmonar, relacionado a mutações no gene EGFR, que representam cerca de um quarto dos diagnósticos. Os pacientes que participaram dos testes foram operados em fases relativamente precoces do tumor (estágios 1B, 2 e 3A).

A cirurgia, quando possível, consiste na retirada do tumor com uma margem de segurança, além da remoção dos linfonodos próximos ao pulmão e localizados no mediastino. É o tratamento de escolha por proporcionar melhores resultados e controle da doença.

O câncer de pulmão é o segundo mais comum em homens e mulheres no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 13% de todos os casos novos são nestes órgãos.

Eficiência

O teste que indicou a eficácia da droga foi feito com 682 pacientes em 26 países diferentes. Os pesquisadores seguem analisando os dados do ensaio clínico e devem divulgar novas informações sobre a capacidade da droga de bloquear a ação de tumores residuais nos próximos meses.

Este foi o segundo resultado positivo anunciado para a droga. Anteriormente, os cientistas já haviam apresentado que o medicamento era capaz de ajudar na remissão de tumores da classe dos carcinomas de pulmão de células não pequenas, que representam 85% do total.

“Este foi o primeiro estudo global de fase 3 a demonstrar com significância estatística um benefício da sobrevida livre de doença e da sobrevida geral com o tratamento dirigido aos pacientes com mutação no EGFR em estágios de 1B a 3A”, escreveram os pesquisadores em um resumo divulgado no congresso.

De acordo com o médico que liderou o ensaio clínico, Roy Herbst, em decorrência dos resultados, é possível que a droga seja adotada como tratamento padrão. “Esses dados realçam que o tratamento adjuvante com osimertinib proporciona aos pacientes a melhor chance possível de sobrevida a longo prazo”, disse o pesquisador em comunicado à imprensa.

A multinacional AstraZeneca, que desenvolveu a droga e já a distribui com o nome comercial Tagrisso, também publicou um pronunciamento.

“Esses resultados enfatizam a importância de diagnosticar cedo os pacientes com câncer de pulmão, testá-los para mutações no EGFR, e tratar aqueles que a possuem”, disse Susan Gailbraith, vice-presidente da empresa para a área de pesquisa em oncologia.
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