Investigado por fraude pela Polícia Federal, general foi 25 vezes ao Palácio do Planalto





O general da reserva Paulo Assis, que é investigado por fraude em compras no período de intervenção federal da segurança pública no Rio de Janeiro, esteve 25 vezes no Palácio do Planalto, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).


Segundo o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), os registros de acesso ao Planalto revelam que algumas visitas de Assis foram nos dias em que ele teria interferido no governo em favor da empresa CTU Security.

O Gabinete da Intervenção emitiu uma carta de crédito no valor de R$ 35,9 milhões para a empresa americana em 2019, que nunca entregou o material. Cerca de oito meses depois, o contrato entre a CTU Security e o governo foi interrompido devido a suspeitas na documentação da empresa.

Dias após a suspensão do acordo, em setembro de 2019, representantes da CTU Security trocaram mensagens com Paulo Assis, que garantiu agir em favor da empresa americana, para, assim, destravar o processo.

A Operação Perfídia apura as possíveis ilegalidades na compra de coletes balísticos com a CTU Security, pelo Gabinete de Intervenção, na época comandado pelo general Walter Braga Netto, ex-ministro de Jair Bolsonaro. Segundo relatório da Polícia Federal, Paulo Assis usou o nome de Braga Netto como facilitador para a negociação.

“Almocei também com o Gen Braga Netto, que me prometeu interferir a nosso favor. Portanto tudo bem encaminhado”. Foi uma das mensagens enviadas por Paulo ao representante da CTU.

Segundo relatório da Polícia Federal, o militar tornou a citar o encontro em e-mail a Jorge Menezes, parecista do processo: "Estive num almoço na sexta-feira passada com o Gen Braga Neto e comentei sobre a liberação dos coletes de proteção balística para a Polícia do RJ, em estudo nessa Casa Civil da PR. Ele me disse que iria dar uma ‘força’ junto ao St para atender ao que pleiteamos. Bom fim de semana."

Postagem Anterior Próxima Postagem

Leia o texto em voz alta: