Para "não antecipar problema", Caetano diz que conversas de trocas no governo Jerônimo vão ficar para janeiro






Após o período de acomodação dos cargos dentro de seu governo, Jerônimo Rodrigues (PT) viu alguns nomes do secretariado estadual enfrentando turbulências ao serem questionados inclusive por aliados da gestão baiana ao longo do ano. Secretários como Afonso Florence (Casa Civil), Bruno Monteiro (Cultura) e Tum (Agricultura) passaram por uma "fritura" política e foram até aventados para deixar os cargos.



Além disso, a possibilidade de uma "reforma administrativa" cresce nos corredores do governo da Bahia com a aproximação da eleição municipal de 2024, já que figuras da gestão que pretendem disputar as prefeituras vão precisar deixar os cargos para concorrer no pleito. Apesar do cenário, o principal articulador de Jerônimo, Luiz Caetano, garante que o assunto ainda não foi discutido e é um "problema" que não será antecipado para o governador.



"Isso não foi discutido pelo governo ainda. O governador Jerônimo não discutiu isso em lugar nenhum do governo. Óbvio que essa questão vai ser discutida a partir de janeiro do ano que vem. Porque se tem alguém que é secretário e vai ser candidato a prefeito ou a prefeita em alguma cidade, tem que se afastar até o dia 6 de abril. Nós temos cargos de confiança dentro do governo. Esse problema vamos deixar para frente, não vamos antecipar o problema para o governador", disse Caetano, que é secretário de Relações Institucionais do governo, em entrevista ao Bahia Notícias.



A resposta do Serin seguiu o mesmo tom ao ser questionado especificamente sobre o caso do secretário Tum, da Seagri. "Não discuti isso, não conversei com o governador, não tenho nenhuma informação para sobre essa questão", resumiu.



ENTENDA OS CASOS
A crise com o nome de Tum Torres, que é ex-deputado e filiado ao Avante, iniciou com o cancelamento da Feira Internacional de Agropecuária da Bahia (Fenagro) em cima da hora. A "inércia" do gestor na promoção das políticas públicas relacionadas à Seagri é um dos principais pontos de insatisfação tanto dos deputados da base do governo, como da oposição.



A falta de tempo hábil para organizar a Fenagro, que é a maior feira do gênero do Norte e Nordeste, repercutiu muito mal internamente e foi classificada como "desculpa esfarrapada". Informações apuradas pelo Bahia Notícias dão conta que os parlamentares, sobretudo os da oposição, querem cobrar do titular da pasta "justificativas mais convincentes" para o cancelamento. Tum chegou a confirmar presença em uma audiência na Assembleia Legislativa (AL-BA) para debater o tema, mas não compareceu.



Já na Secretaria de Cultura, Bruno Monteiro tinha dois "calos" para enfrentar: a reforma do Teatro Castro Alves (TCA) após o incêndio que comprometeu a cobertura da sala principal do espaço e a Lei Paulo Gustavo. No caso do TCA, a intervenção já foi anunciada pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT). O projeto que detalha todo plano de melhoria do espaço, com o cronograma e dotação orçamentária para o cumprimento das intervenções foi obtido com exclusividade pelo Bahia Notícias.



Além disso, a divulgação do edital da Lei de Incentivo ao setor Paulo Gustavo também já foi divulgada, acalmando ainda mais o campo artístico na Bahia. Os editais vão destinar R$ 150 milhões para fomentar mais de dois mil projetos culturais em todos os 27 territórios de identidade do estado.



Quem também balançou no cargo foi Afonso Florence, secretário da Casa Civil. Foi com o nome dele que surgiu a possibilidade dos primeiros "reparos" na gestão Jerônimo Rodrigues serem feitos. No meio do ano, havia a expectativa de concretizar realocações de lideranças políticas dentro do governo. Não seria exatamente um desembarque do governo, já que a ida para outra pasta não estaria descartada. O tema, contudo, subiu no telhado e Florence permanece no cargo.
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