Da Redação
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, ganhou força após ser escolhido pelo presidente Lula (PT) para intermediar o diálogo com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em meio às críticas e às pressões do parlamentar. No entanto, foi o próprio Rui e sua postura de “gerentão do governo” fizeram o ministro ser alvo de fogo amigo.
Segundo a Folha de S. Paulo, três episódios contribuíram para o fogo amigo: a crise desencadeada pela operação da Polícia Federal contra a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que está sob sua guarda, a dificuldade do governo para retirar invasores da Terra Indígena Yanomami e o anúncio do plano de alavancagem da indústria do país.
Sob a operação na Abin, embora a ação policial na agência de inteligência tenha mirado aliados do ex-presidente, investigadores dizem que a atual gestão do órgão tentou atrapalhar as apurações. A operação levou Lula a demitir o diretor-adjunto da Abin, Alessandro Moretti.
A dificuldade do governo em resolver a situação na Terra Indígena Yanomami também foi um ponto crítico para a imagem do governo, já que Lula assumiu o tema como uma questão central de sua gestão e fez duras críticas à situação daquela população indígena, que sofria com a desnutrição, a malária, a invasão de garimpeiros, entre outros problemas.
Já o lançamento de um pacote de medidas voltadas à indústria foi classificado como “atabalhoado” por integrantes do governo. Na reunião que antecedeu o lançamento que ocorreria no mesmo dia, Lula reclamou que o projeto não continha pontos concretos e dava margem para as críticas de que se tratava de uma reedição de medidas antigas.
Ainda de acordo com a Folha, integrantes do Palácio do Planalto afirmam que Rui Costa não é de fácil trato e, com frequência, se indispõe com outras pastas pela maneira e intensidade das cobranças por resultados nos programas do governo.
No entanto, ele ainda é visto como um gestor competente inclusive por desafetos.
Seus defensores argumentam que às vezes é necessário pulso firme para garantir o andamento da administração petista. Além disso, dizem que as críticas são naturais porque cabe a ele blindar o presidente sobre problemas da Esplanada e rejeitar ideias de outros ministérios.
Aliados também dizem que o ministro saiu para o feriado de Carnaval mais empoderado do que nunca após Lula delegar a ele a tarefa de dialogar com Arthur Lira.