Da Redação
Monica Benicio, viúva de Marielle Franco, falou sobre a prisão dos mandantes do assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes, ocorrida na manhã deste domingo (24). Apesar das prisões, ela disse que este não marca o desfecho do caso.
Monica defendeu que é preciso prosseguir com as investigações para responsabilizar todos os envolvidos na obstrução das informações do caso, que já se estende por mais de seis anos.
“É fundamental que todos aqueles que contribuíram de alguma forma para o assassinato de Marielle e Anderson sejam devidamente responsabilizados perante a lei pelo que fizeram”, declarou Monica aos jornalistas ao sair da superintendência da Polícia Federal, no Rio de Janeiro.
A operação realizada pela PF na manhã de domingo resultou na prisão dos suspeitos de ordenar o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, além de visar crimes de organização criminosa e obstrução da justiça no caso Marielle.
Entre os detidos estão o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), seu irmão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa.
Monica expressou surpresa com o envolvimento de Rivaldo Barbosa no crime, destacando que enquanto o nome da família Brazão não os surpreende tanto, o de Rivaldo Barbosa foi uma grande revelação. “Hoje, saber que o homem que nos abraçou, prestou solidariedade e sorriu dizendo que ‘esse caso seria uma prioridade’ tem envolvimento nesse mando, é pra nós entender que a polícia civil não foi só negligente, que não foi só por uma falha que chegamos a seis anos de dor”, enfatizou Monica.
Ágatha Amaus, viúva de Anderson Gomes, considerou a prisão de Rivaldo Barbosa, que havia prometido à família uma resolução do caso, como um golpe.
A Operação Murder Inc., deflagrada pela PF em colaboração com a Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público do Rio de Janeiro, resultou na prisão de três suspeitos e no cumprimento de mandados de busca e apreensão. Os detidos serão transferidos para a Penitenciária Federal de Brasília, onde está preso o líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola.