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Um total de 24% da poluição plástica rastreável no mundo está ligada a apenas cinco empresas dos setores de alimentos e bebidas e tabaco – Coca-Cola (11%), PepsiCo (5%), Nestlé (3%), Danone (3%) e Altria (2%). É o que aponta uma pesquisa realizada por uma equipe internacional que foi publicada na quarta-feira (24) na revista científica Science Advances. A informação é de uma matéria do ClimaInfo
O ClimaInfo aponta que pelo levantamento, que analisou cerca de 1,87 milhões de resíduos plásticos ambientais registrados entre 2018 e 2022, 50% provinham de 56 companhias. Além disso, foram encontrados 52% de itens que não tinham uma marca identificável, o que destaca a necessidade de uma melhor transparência sobre a produção e a rotulagem de produtos plásticos para melhorar a rastreabilidade e a responsabilização das empresas.
“É importante notar que as contribuições das principais empresas podem estar subestimadas porque havia marcas que não eram atribuídas a uma empresa e muitos objetos sem marca”, disseram os autores do trabalho.
Ainda segundo o ClimaInfo, o estudo levou cinco anos e utilizou dados de 1.576 eventos de auditoria em 84 países. Essas auditorias são iniciativas de ciência cidadã, nas quais voluntários realizam limpezas de resíduos e documentam as marcas coletadas. Os autores afirmam que a forte relação entre a produção de plástico e a poluição, entre geografias e diferentes sistemas de gestão de resíduos, indica que a redução da produção de bens de consumo de plástico descartáveis poderia reduzir a poluição global pelo item.
De acordo com eles, é essencial uma maior responsabilização para enfrentar este problema crescente. Para se ter uma ideia, a cada ano, de 8 milhões a 12,7 milhões de toneladas de plástico chegam aos oceanos do planeta, e as projeções indicam que a quantidade pode triplicar até 2040. Os pesquisadores recomendam a criação de uma base de dados internacional e de acesso aberto, na qual as empresas sejam obrigadas a monitorizar e reportar quantitativamente os seus produtos, embalagens e marcas, acrescenta o ClimaInfo.
A reportagem do ClimaInfo também acrescenta que além disso, os pesquisadores afirmam ser necessários esforços para melhorar os sistemas de gestão de resíduos, alterar os designs dos produtos e aumentar a reciclagem. Eles também apelam à criação de novas normas internacionais para garantir a diminuição do uso de plástico.