Gripe: a prevenção ainda é a melhor alternativa




Outra temporada de gripe está se aproximando e, como nos anos anteriores, médicos aconselham as pessoas a se vacinarem contra a doença. Geralmente, o aumento do número de casos de gripe se repete todos os anos durante o outono e o inverno, ocorrendo com mais força entre os meses de abril e agosto no Brasil.



A gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório, provocada pelo vírus influenza, com alto potencial de transmissão1. Como destaca a Organização Mundial da Saúde (OMS), a gripe não deve ser vista como algo irrelevante, visto que pode evoluir para formas mais sérias, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), e até levar a óbito, principalmente entre os grupos de alto risco. Nos últimos anos, por exemplo, estima-se que entre 70% e 85% das mortes relacionadas à gripe sazonal ocorreram em pessoas com 65 anos ou mais, e entre 50% e 70% das hospitalizações relacionadas à gripe da temporada ocorreram entre pessoas neste grupo de idade2.



Existem quatro vírus da gripe: A, B, C e D, sendo os tipos A e B os que normalmente circulam anualmente e causam gripe em humanos, que geralmente se inicia com sintomas de febre súbita, tosse (geralmente seca), dor de cabeça, dores musculares e articulares, mal-estar, dor de garganta e coriza3. A transmissão da doença ocorre por secreções das vias aéreas no contato com uma pessoa doente ou por objetos tocados por ela4.



Embora para muitas pessoas a gripe seja vista apenas como uma doença desagradável com sintomas mais leves, ela pode se tornar uma doença grave, especialmente para certos grupos de risco, como pessoas com doenças crônicas (asma, doenças cardiovasculares e diabetes), gestantes, idosos e crianças menores de 5 anos, podendo se agravar e levar a complicações secundárias3.



Prevenção e tratamento

Segundo o Ministério da Saúde, a vacinação anual contra a gripe é a ação mais importante para a prevenção da doença5. No entanto, algumas pessoas ainda têm dúvidas quando se trata de sua vacinação e, infelizmente, não faltam informações incorretas a respeito. Tais equívocos, muitas vezes, impedem as pessoas de serem vacinadas contra a gripe.



Confira abaixo alguns mitos e os esclarecimentos que preparamos:



Mito 1 - Tomando a vacina da gripe você vai pegar gripe.

Não. Segundo o Instituto Butantan a vacina contra a gripe não causa gripe6, seja trivalente ou quadrivalente (ou tetravalente). Ela reduz o risco, mas se você contrair a gripe mesmo assim, os sintomas deverão ser menos graves do que se você não tivesse recebido a vacina3,7, pois ela estimula o sistema imunológico na defesa contra o vírus, ajudando a reduzir significativamente complicações de saúde associadas, hospitalizações e sintomas respiratórios graves.



Mito 2 - A gripe não é tão grave, então não é necessário tomar a vacina.

A gripe deve ser levada a sério, pois pode levar a complicações graves e à hospitalização, principalmente para grupos de risco. Estima-se que a gripe afete um bilhão de pessoas em todo o mundo todos os anos e, em média, 290 a 650 mil pessoas morrem de gripe anualmente8. Mesmo que você se sinta saudável e ao contrair o vírus poderá não afetar sua saúde a longo prazo, é importante lembrar que as pessoas com quem você entra em contato diariamente também estarão em risco.



“Muitas vezes, o adulto saudável pensa que tomar a vacina contra gripe não é importante, pois ele não necessariamente pertence a um grupo de risco. Porém, ele pode ter contato diário com familiares e amigos que pertencem a um grupo de risco (como idosos, crianças pequenas, pais com crianças pequenas e gestantes) e então transmitir o vírus a eles”, afirma Dr. Alberto Chebabo, médico infectologista e Presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). Informar-se sobre a vacina contra a gripe e saber quais precauções estão disponíveis, não é apenas para seu benefício pessoal, é para todos ao seu redor. Quando você está gripado e entra em contato com pessoas destes grupos, você também os coloca em risco.



“Outro ponto muito importante é que se você começar a sentir sintomas parecidos com a gripe, vá ao médico o mais rápido possível para fazer o teste. A medicação antiviral funciona melhor se administrada até 48 horas após o início dos sintomas, portanto, fazer o teste mais cedo pode levar a melhores resultados”, destaca Dr. Oscar Guerra, Diretor Médico da Divisão de Diagnósticos Rápidos da Abbott para a América Latina.



Mito 3 - Você não precisa tomar a vacina contra gripe se você já tomou ano passado.

Você precisa ser vacinado todos os anos por duas razões muito importantes. Primeiro, o vírus da gripe está em constante mudança. À medida que as cepas do vírus da gripe mudam, novas vacinas devem ser desenvolvidas para proteger contra estas novas cepas. Com isso, a vacina do ano anterior pode não estar preparada para combater os vírus comuns da gripe desta temporada. Em segundo lugar, embora sua vacina contra gripe sazonal deva protegê-lo durante a temporada, os anticorpos que seu corpo produz para protegê-lo diminuem ao longo do tempo. Participar da vacinação contra gripe todos os anos pode ajudar a manter a proteção contra a gripe ano após ano.



Mito 4 - A gripe não é perigosa para as crianças.

Crianças menores de 5 anos são mais propensas a desenvolver complicações graves se contraírem a gripe, e a vacina ajuda a diminuir esse risco. Um estudo de 2017 publicado na Pediatrics mostrou que a vacina contra a gripe reduziu em 65% o risco de morte associada à gripe em crianças e jovens saudáveis de 17 anos ou menos. Neste sentido, o Ministério da Saúde recomenda que todas as pessoas com mais de 6 meses de idade sejam vacinadas contra a gripe9.



Mito 5 - A vacina contra gripe torna você mais suscetível a outros vírus respiratórios.

Com base na pesquisa mais atual, o Centro de Controle e Prevenção de Doença (CDC) dos Estados Unidos não encontrou evidências de que a vacina contra a gripe torna as pessoas mais suscetíveis a outras infecções respiratórias. Além disso, um estudo publicado no Journal of Infectious Diseases mostrou que tomar uma vacina contra a gripe não enfraquecerá seu sistema imunológico10.



Mito 6 - Não há uma forma de diferenciar gripe de Covid-19.

Além da vacinação, é importante também continuar se testando para evitar a contaminação e propagação do vírus. Especialmente nos meses de clima mais frio, quando as pessoas tendem a se reunir em espaços fechados, com ar seco, pode haver um aumento na disseminação de vírus respiratórios, como gripe (influenza) e Covid-19. Essas infecções compartilham sintomas similares – como tosse, coriza ou congestão nasal, febre, dor de garganta, fadiga e dor de cabeça, é difícil um diagnóstico apenas considerando os sintomas, sem testagem.



Para facilitar o diagnóstico, existem opções de teste rápido no mercado, como o Panbio™ COVID-19/Flu A&B Rapid Panel (nasofaríngeo), que permite aos profissionais de saúde diagnosticar Influenza A ou B e Covid-19 em um único teste de swab, com resultados em até 15 minutos e prescrever o tratamento adequado mais rapidamente.



E lembre-se, se você contraiu gripe, é importante se cuidar: alimentação leve, descanso e manutenção da hidratação. Isso porque a hidratação é uma parte importante da recuperação em um quadro de gripe, ajudando não só a amenizar os sintomas, mas também colabora para o corpo começar a se recuperar. "A gripe pode ser acompanhada de febre muito alta, o que aumenta a eliminação de suor e promove desidratação", complementa Dr. Chebabo.



Para saber mais sobre o assunto, acesse o site Fique Imune.
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