Maior partido do Brasil, PL deve ficar sem prefeitos na Bahia após eleições de 2024

 

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Da Redação

Apesar de ser o partido com o maior fundo eleitoral do país, e liderar também quando o assunto é tempo de propaganda em rádio e TV, o PL pode ficar sem prefeitos na Bahia a partir de 2025. Embora tenha candidatos em algumas cidades baianas importantes, lideranças da própria sigla avaliaram reservadamente que o desempenho deve ser pífio no Estado, sobretudo em função da força do PT e da polarização entre o governo e o grupo do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União).

Hoje, o PL tem apenas um prefeito no Estado: o de Porto Seguro, Jânio Natal, que ainda não anunciou se irá concorrer à reeleição. Em 2020, a sigla elegeu 20, mas os outros 19 migraram para outras agremiações da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT), em maior parcela, ou para o grupo de ACM Neto.

Para 2024, são 23 pré-candidatos a prefeito contando Jânio Natal, como já anunciou o presidente estadual do PL, João Roma, que segue a cartilha do bolsonarismo. Dos maiores municípios da Bahia, a legenda tem postulantes em Itabuna, Juazeiro e Teixeira de Freitas. Mas nenhum deles aparece com chances reais de vencer a disputa.

Com R$6 bilhões de fundo eleitoral para distribuir entre os candidatos em 2024, na Bahia o PL chegou a ter pré-candidatos em outras cidades de peso, a exemplo de Salvador, Feira de Santana e Lauro de Freitas, mas nas três abriu mão dos projetos para firmar alianças com o grupo de ACM Neto. Na capital, por exemplo, o nome era o do próprio Roma.

“O PL se tornou uma espécie de puxadinho do União Brasil na Bahia até como forma de se fortalecer para as eleições de deputado em 2026. Desistiu de diversos projetos porque sabe que, na Bahia, com a força do presidente Lula, do PT, que polariza com a oposição de ACM Neto nos municípios maiores, fica complicado lançar candidatos sem competitividade”, avaliou uma liderança influente do partido, reservadamente.

Até 2026, a tendência é que o PL perca ainda mais quadros, com as prováveis saídas dos deputados estaduais Vitor Azevedo e Raimundinho da JR, que aderiram à base de Jerônimo. Com isso, a sigla deve manter, na Assembleia Legislativa, apenas os bolsonaristas Leandro de Jesus e Diego Castro que lançaram candidatos a vereador em Salvador.

Na Câmara Federal, o PL tem 99 deputados, sendo três baianos: Roberta Roma, esposa de João, Capitão Alden e Jonga Bacelar. O último já aderiu ao governo Lula. Apesar desse cenário, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, disse que o partido vai crescer no Estado, embora esse projeto possa ocorrer de forma devagar.

“A Bahia é muito importante para o Brasil. Se não crescermos na Bahia, não vamos crescer no Brasil. Vamos ter que construir, é devagar, não se faz de um dia para o outro. Jair Bolsonaro foi 30 anos deputado. Estava lá (no Congresso) até ser descoberto. Explodiu com a facada”, disse o dirigente em vídeo publicado nas redes sociais de Leandro de Jesus, durante a Conferência da Ação Política Conservadora (CPAC) em Balneário Camboriú (SC), no último dia 6.
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