O médico e ex-candidato a prefeito de Itabuna, Antônio Mangabeira (PL), que está sendo investigado por denúncias de abuso sexual, se manifestou publicamente pela primeira vez. As acusações, feitas por pacientes que alegam terem sido abusadas durante consultas na clínica Oncosul, vieram à tona na terça-feira da semana passada (9).
Em uma publicação nas redes sociais na última terça-feira (16), Mangabeira agradeceu o apoio que tem recebido e expressou confiança na justiça: “Deus no controle de tudo, agradeço as inúmeras mensagens de apoio, a verdade prevalecerá”. Ele também compartilhou um provérbio bíblico, sugerindo que as pessoas devem ouvir ambos os lados antes de formar uma opinião: “Não acredite de imediato no que te falam, examine sempre os dois lados da moeda. Porque a primeira pessoa a falar a história dela vai parecer que tem razão, até que a segunda venha e se defenda, desmascarando a mentira”.
Segundo a 6ª Coordenadoria de Polícia Civil do Interior, com sede em Itabuna, 21 mulheres já registraram queixa contra Mangabeira12.
Derrota Judicial
Em um desdobramento judicial, o juiz André Britto, da 3ª Vara Cível de Itabuna, negou um pedido de censura feito por Mangabeira. O médico havia solicitado a remoção de postagens nas redes sociais da advogada Úrsula Catarine, que compartilhou informações sobre as denúncias de assédio sexual.
A decisão do magistrado, publicada na última terça-feira (16), negou a liminar para a retirada das postagens. O juiz argumentou que as postagens não excedem os limites da liberdade de expressão e que o direito à crítica é parte integrante do debate democrático: “No presente caso, a parte autora alega que as postagens realizadas pela primeira demandada transmitem a mensagem de que o demandante já é culpado por crimes que ainda estão em fase de investigação policial, não havendo qualquer condenação penal contra ele. Analisando os documentos apresentados, verifica-se que não há prova inequívoca de que o conteúdo das postagens excede os limites da liberdade de expressão ao ponto de configurar abuso. As postagens referem-se a investigações e acusações, e o direito à crítica, especialmente em temas de interesse público, é parte integrante do debate democrático”.
A situação continua a se desenrolar, com a comunidade de Itabuna acompanhando de perto os próximos passos do caso.