Ao anunciar que não será candidato a prefeito de Ilhéus nas eleições deste ano, Jabes Ribeiro (PP) movimentou o cenário político do município no último final de semana. A desistência, contudo, abre margem para o seguinte questionamento: para onde vai a rejeição à candidatura do progressista? Jabes Ribeiro, ou JR, tentava emplacar o quinto mandato no Executivo municipal, apresentando-se como “o salvador da pátria”, dada a sua experiência política. Muito embora seu nome circulasse pela cidade, parcela expressiva do eleitorado ilheense demonstrou insatisfação com tal possibilidade de retorno, se valendo de um histórico nefasto marcado por greves de servidores públicos, falta de merenda nas escolas, postos de saúde sucateados, aumentos sucessivos da passagem de ônibus e o caso mais emblemático: a Operação Citrus, responsável por desmantelar um grupo criminoso que atuou durante a sua última gestão. Membro da chamada Frente Ampla, Jabes almeja construir uma estratégia para liquidar as eleições através da junção com Valderico Reis Júnior (UB). Pois bem, se eles integram o mesmo projeto, certamente dividem a mesma conta. O eleitor precisa ter o entendimento de que essa aliança já existia muito antes da atual configuração. JR é amigo de longa data da família Reis e para exemplificar essa ligação basta compreender os trâmites para estabelecer a concessão de mais de 30 anos do transporte público, que beneficiou diretamente o ex-prefeito de Ilhéus, Valderico Reis, pai do pré-candidato do UB. Se de um lado o progressista recuou em razão da alta rejeição, do outro lado Valderico Júnior vai absorver essa carga, visto que a sua campanha converge para fortalecer as propostas defendidas por Jabes Ribeiro. Como diz o ditado popular: “não ganha força a planta frequentemente transplantada”.
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