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Da Redação
Está marcada para o próximo dia 16 a cerimônia que concederá o título de Doutor Honoris Causa ao líder indígena Juvenal Teodoro da Silva, o Cacique Juvenal Payayá, às 10h, no Território Indígena Payayá, que fica na BA-142, Estrada Cabeceira do Rio, em Utinga. De acordo com a Universidade do Estado da Bahia (Uneb), será a primeira vez que uma instituição brasileira realiza a cerimônia de concessão do título a uma liderança indígena em seu próprio território.
A sessão será presidida pela reitora Adriana Marmori, com a participação dos membros do Conselho Universitário (Consu). Entre os convidados estão caciques e lideranças indígenas como o ambientalista Ailton Krenak.
“A outorga dessa honraria ao Cacique Juvenal Payayá fortalece o movimento de descolonização de saberes defendido por esta universidade. Um movimento de valorização dos nossos povos originários e de reconhecimento da importância científico-cultural dos conhecimentos tradicionais, refletindo e reivindicando a capacidade da academia de re-interrogar a relação ser humano-natureza que nos inspira desde sempre”, destacou a reitora, em material divulgado pela Uneb.
A concessão do título ao Cacique Juvenal Payayá foi aprovada em junho de 2023 por docentes, técnicos e alunos, membros do Consu da universidade. Para organização da solenidade foi criada uma comissão composta pelo Gabinete da Reitoria, gestores da Universidade, movimentos indígenas e por familiares do homenageado.
O evento poderá ser acompanhado ao vivo, no canal da TV Uneb no YouTube.
Além de liderança indígena, o Cacique Payayá também é professor e autor de mais de 12 livros. É membro da Red Latinoamericana por la Defensa del Patrimonio Biocultural e membro fundador dos Movimentos Associativos Indígena Payayá – (Maip) e dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (Mupoiba). Ocupou parte de sua vida em busca das raízes históricas do povo Payayá, até então considerado extinto pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
O título
O título de Doutor Honoris Causa da Uneb é conferido a professores, cientistas, educadores e personagens eminentes, nacionais ou estrangeiros, não pertencentes ao quadro da universidade, que tenham prestado serviços relevantes ao ensino, à pesquisa, às letras ou às artes.
Já foram agraciados com a maior honraria da universidade o então presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, o dramaturgo e ativista político, Abdias do Nascimento, e o historiador e escritor baiano, Luís Henrique Tavares. Também receberam o título a líder religiosa Mãe Stella de Oxóssi, o educador e primeiro reitor da universidade, Edivaldo Boaventura, e o líder indígena Cacique Babau Tupinambá.