Os dados alarmantes divulgados pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) sobre a violência física contra crianças e adolescentes revelam uma realidade perturbadora que assola o Brasil. Com uma média diária de 196 casos, fica claro que a violência infantil, muitas vezes perpetrada dentro do próprio lar, é um problema enraizado em nossa sociedade. Pior ainda, a subnotificação mascara a verdadeira dimensão da tragédia, principalmente em regiões remotas e vulneráveis.
Essa violência não afeta apenas o corpo, mas também destrói o vínculo de confiança e afeto entre a criança e seus cuidadores, perpetuando um ciclo de dor que pode atravessar gerações. A falta de um sistema eficaz de denúncia e proteção amplia ainda mais a sensação de impotência frente a um problema tão grave.
A SBP classifica a violência intrafamiliar como uma doença crônica, e assim deve ser tratada: com diagnóstico precoce, intervenção eficaz e, sobretudo, com a interrupção imediata desse ciclo por meio de políticas públicas firmes e comprometidas com a proteção de nossas crianças. A nova campanha de sensibilização é um passo importante, mas é crucial que toda a sociedade, especialmente os profissionais de saúde e educação, esteja atenta e engajada na luta para acabar com essa crise silenciosa. O futuro de nossas crianças depende disso.