Chocolate nas alturas: Preço do cacau dispara



Nas alturas desde o começo do ano, o preço do cacau já triplicou em 2024, chegando perto dos US$ 12.000 a tonelada. Além de elevar o preço do bombom, o aumento do cacau liga alguns alertas para nomes como M. Dias Branco (MDIA3), empresa brasileira de produtos alimentícios como biscoitos de chocolate, avalia relatório do JPMorgan.
Mudanças climáticas



O preço do cacau tem subido por inúmeras razões, segundo o banco americano. Restrições de produção na África Ocidental (responsável por 80% da produção mundial), mudanças climáticas, má gestão e doenças tem sido alguns dos fatores que impactam a indústria. A Costa do Marfim e Gana estão entre os produtores que amargam maiores quedas na produção, que caminha para o terceiro déficit consecutivo e o maior já registrado. Com os preços mais elevados no início da cadeia de produção, fabricantes de chocolate e consumidores tem sentido o impacto.
Na visão dos analistas, os preços devem continuar em patamar elevado por mais tempo. Mesmo quando houver a redução do déficit, a análise estima que os preços devam continuar altos, com queda para US$ 6.000 a tonelada e devem negociar estruturalmente mais altos por algum tempo.

Dentre as companhias brasileiras listadas, a M. Dias Branco apresenta 1-2% de seu custo ligado ao cacau. Nas contas do JPMorgan, a alta atual do cacau pode representar um aumento de R$ 134 milhões na comparação anual para os custos da companhia, correspondente a 1,2% da receita líquida. Apesar de cifras elevadas, a notícia seria só “meio amarga”, uma vez que a empresa tem algumas formas de compensar o aumento dos custos.

Um ponto destacado na análise é a possibilidade de ponto de virada com a produção, indicado o fim da supremacia do cacau na África Ocidental e a abertura de portas para outros produtores, em especial da América Latina. Mas, por enquanto, os analistas monitoram os possíveis aumentos de custos para as empresas com o produto escasso.
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