O Hospital do Oeste (HO), unidade vinculada ao governo estadual e administrada pelas Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) no município de Barreiras, registrou um aumento de captação de órgãos e tecidos em 2024. Houve um crescimento de quase 50% em relação ao ano passado com um total de sete captações até o mês de setembro, duas a mais em relação a todo o ano de 2023. A Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do HO atribui esse resultado às campanhas e ações de estímulo às doações.
Durante a campanha Setembro Verde de conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos, o HO intensificou a capacitação dos profissionais dos diversos setores do complexo hospitalar visando o acolhimento das famílias dos pacientes. Como ainda existem muitos mitos sobre a captação de órgãos e tecidos, a intenção das equipes é informar a verdade sobre o processo de doação, explicando principalmente como funciona a dinâmica de transplante no Sistema Único de Saúde (SUS).
Uma novidade trabalhada esse ano é a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO), já sendo possível a cada cidadão brasileiro expressar e registrar oficialmente sua vontade de ser um doador de órgãos. Acesso através do link: https://www.aedo.org.br/
A doação de órgãos é um assunto sensível e envolve diferentes e delicadas etapas, principalmente para a família que perde um ente querido. “O processo de diagnóstico da morte encefálica é detalhado e cauteloso. Diante de uma suspeita, é realizado um rigoroso checklist que envolve exames, gráficos clínicos e laboratoriais até a constatação da morte. A abordagem familiar é a última etapa do processo. Somente depois do aceite é iniciado o fluxo de captação de órgãos e tecidos”, observa a líder geral do HO, Marina Barbizan.
Todo esse processo é acompanhado de perto pela CIHDOTT e pela Central de Transplantes do Estado. De acordo com o presidente do órgão, João Carlos Soares, o resultado com o registro do aumento de doações é fruto de ações de sensibilização ao longo do ano. “Promovemos esse acompanhamento com diferentes setores dentro da nossa unidade. Cada caso é diferente e precisamos de uma abordagem humanizada, pois o momento é de fragilidade familiar. Depois de todo o processo de confirmação da morte, iniciamos o alinhamento com a família e tratamos sobre a importância de salvar vidas por meio da solidariedade. Este ano, já realizamos a captação de 12 rins, seis fígados e uma córnea”, avalia Soares.