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Da Redação
Atual presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, o deputado estadual Adolfo Menezes (PSD) já conta com o apio declarado de 61 colegas para ser reconduzido a um eventual terceiro mandato. O apoio vem mesmo diante da possibilidade de o Supremo Tribunal Federal (STF) barrar uma terceira eleição na Assembleia Alba. Apenas o deputado Hilton Coelho (PSOL) não declarou apoio a Menezes.
Essa unanimidade, na visão do deputado da Casa, é resultado da harmonia tanto dentro da própria Assembleia
quanto na relação do Legislativo com os demais poderes, conforme ele destacou em entrevista ao jornal A Tarde.
“Também acredito que é fruto da harmonia entre a Assembleia e os outros poderes. O Tribunal de Justiça, o Ministério Público, o Poder Executivo. Eu digo sempre que essa deve ser a única Assembleia do Brasil que tem uma harmonia total com o governo do Estado. Todos os projetos do governo precisam ser aprovados por essa Casa”, pontuou o parlamentar na entrevista.
Essa tranquilidade se transforma em indignação quando ele reflete sobre as últimas eleições municipais.
“Se a população tivesse noção do que aconteceu nessas últimas eleições, ficaria abismada”, comenta.
Adolfo Menezes também citou a preocupação com a participação de organizações criminosas na política brasileira. “Na verdade, existe o poder puro do dinheiro, de milhões que são retirados dos cofres públicos para comprar votos. É compra de voto aberta. Repito, com poucas exceções, não é uma eleição limpa. Não é uma eleição que o
povo escolhe quem é o mais capaz, o melhor candidato para administrar a cidade. É eleição que se ganha quem gasta mais milhões”, afirmou.
E, segundo o deputado, muitos desses valores acabam sendo não monitorados. muitos não. “Como prefeitos – com exceções, repito -, que estão no cargo, tiram, sem punição nenhuma. Sem temer absolutamente nada. É totalmente
desproporcional disputar a eleição da forma que é hoje no Brasil, principalmente no Nordeste”, disse.
“Além disso, há de fato a questão do tráfico em muitas cidades. Tanto é um caso aberto, que o próprio presidente Lula chamou uma reunião esses dias com os governadores para mostrar que o Brasil precisa fazer alguma coisa. Eu acredito que uns 20 governadores compareceram. Nós estamos perdendo o controle total. Claro que tem exceção. Não estou aqui querendo acusar todos os prefeitos. Essa questão do financiamento do tráfico ainda não existe. Mas, na maioria das cidades, os políticos, ou alguém da confiança dele, já está tendo de fazer acordo com traficantes para poder entrar no bairro, para poder fazer política no distrito”, conclui.