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Da Redação
A Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu a uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), para afirmar que que o governo não tem condições técnicas de adotar medidas capazes de impedir o uso dos recursos do Bolsa Família em apostas esportivas online.
Em novembro, o ministro Luiz Fux determinou que o governo criasse ações para que evitasse o uso do programa social, voltado às famílias de menor renda no país, em atividades de risco como as conhecidas bets.
A decisão foi confirmada em votação unânime pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), ainda em novembro. Mas, agora, a AGU pede que o tribunal esclareça alguns pontos da determinação.
No recurso, a AGU argumenta que as contas bancárias do Bolsa Família não são usadas apenas para o benefício – ou seja, recebem dinheiro de outras fontes e que o governo não tem como “microgerenciar” os gastos de cada família para saber para onde vai o dinheiro recebido.
Além disso, o órgão diz que o governo não pode passar para as bets a lista de beneficiários, e que mesmo que vetasse todos os cartões de débito, o governo não teria como impedir pagamentos por PIX ou cartões pré-pagos, que também poderiam usar dinheiro do Bolsa Família.
“Desse modo, conquanto louvável e necessária a preocupação com a situação econômica de indivíduos e famílias vulneráveis, a adoção de ‘medidas imediatas’ encontra barreiras de ordem prática de difícil superação, razão pela qual faz-se imprescindível o aclaramento do acórdão recorrido […]”, diz a AGU no recurso.