Dezembro Vermelho: infectologista do HBLEM tira dúvidas sobre HIV/AIDS





Dezembro Vermelho é o mês de luta contra a Aids, HIV e Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

A campanha mundial tem como foco destacar a importância da prevenção, profilaxia, diagnóstico e do tratamento dessas doenças.

No Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães, administrado pela Fundação de Atenção à Saúde de Itabuna (FASI), muitas campanhas de conscientização são realizadas para reforçar junto aos colaboradores, acompanhantes e voluntários, sobre a importância do uso de preservativos,
para evitar a contaminação do vírus HIV.

As ações incluem palestras, distribuição de preservativos e testes rápidos, em parceria com o Centro de Referência em Prevenção, Assistência e Tratamento (CERPAT), da Secretaria Municipal de Saúde, além de claro, da produção de matérias educativas nas redes sociais.

Para esclarecer algumas dúvidas acerca da doença conversamos com o médico infectologista do HBLEM, Fernando Romero, sobre o assunto.

Confira na entrevista a seguir:

Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães – Qual a diferença da pessoa com HIV e com AIDS?

Fernando Romero – O HIV significa Vírus da Imunodeficiência Humana. É quando a pessoa está infectada com o vírus e não necessariamente vai desenvolver a doença ou a sua imunidade vai cair. Ela pode conviver com o vírus, sem ficar doente. A AIDS significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida e com ela, o vírus faz efeito, cria uma queda da imunidade e a pessoa fica doente, pega infecções como tuberculose, meningite e outras doenças, como consequência do vírus HIV.

HBLEM -Como se dá o diagnóstico e quais as formas de tratamento do HIV?

FR- O diagnóstico é feito a partir da coleta de sangue venoso ou digital (ponta do dedo) para realização de testes rápidos ou laboratoriais que detectam os anticorpos contra o HIV. Autotestes de HIV também são ofertados gratuitamente pelo SUS para que as pessoas possam se testar quando e onde quiserem. Se o resultado for positivo para HIV, é importante consultar um médico de imediato para começar o tratamento.

HBLEM – Por que o teste de HIV é importante?

FR – É importante testar sempre, não só para HIV, mas para todas as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), a exemplo de doenças como sífilis e hepatite, porque são doenças que têm controle e quanto mais rápido é feito o diagnóstico, mais eficaz será o seu controle.

HBLEM – A pessoa adquire o HIV somente se tiver relações sexuais desprotegidas?

FR – Não. Além da relação sexual desprotegida, o HIV é transmitido pelo uso de seringas por mais de uma pessoa, transfusão de sangue contaminado, exposição a fluidos corporais como sangue, sêmen, secreção vaginal e na transmissão vertical de mãe para filho durante a gestação, no momento do parto ou durante a amamentação.

HBLEM – Beijo na boca transmite HIV?

FR – Não. O beijo na boca, o abraço, o uso compartilhado de utensílios domésticos, sabonete/toalha/lençóis, talheres/copos, assento de ônibus, piscina, banheiro e pelo ar, não transmite HIV.

HBLEM – Pessoas em tratamento do HIV, transmitem a doença?

FR – Pessoas que vivem com HIV e estão em tratamento, com o medicamento vão controlar o vírus e a sua multiplicação. Como consequência, vai chegar a um momento em que o vírus não consegue se reproduzir. Isso é o que chamamos no exame, de carga viral indetectável, ou seja, não se consegue achar o vírus dentro do sangue. Isso significa que a pessoa não transmite mais o HIV.

HBLEM – Quais são os índices de mortalidade por HIV no Brasil?

FR – Ainda vemos pessoas morrendo por HIV, mas são pessoas que não tratam a doença, não tomam o medicamento ou tomam de forma errada, não nas doses certas ou de forma irregular. Em pessoas se que tratam, a mortalidade é muito baixa.

HBLEM – Já existe cura para a AIDS? Como podemos reduzir o risco de exposição ao vírus?

FR – Não existe cura para o HIV. Existe controle. O que se pode é fazer a prevenção do HIV através do sexo seguro com uso de preservativo e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), como medida preventiva de urgência para ser utilizada em situação de risco à infecção pelo HIV (como violência sexual, relação sexual desprotegida ou acidente ocupacional).

Outra forma de prevenir é usando a Profilaxia Pré- Exposição (PrEP), que é pouco divulgada. O método consiste em tomar comprimidos antes da relação sexual, o que permite ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o HIV, como forma de prevenção.
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