STJ concede habeas corpus a pastores condenados pela morte de Lucas Terra; família lamenta



Foto: Arquivo Pessoal


Da Redação

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu habeas corpus aos pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda, condenados a 21 anos de prisão pelo assassinato do adolescente Lucas Terra, ocorrido em 2001. A decisão, que mantém os réus em liberdade, foi recebida com indignação pela família da vítima.

Marion Terra, mãe de Lucas, classificou a decisão como uma “derrota momentânea”. “São manobras do advogado do diabo. Mas Deus sempre esteve no controle de tudo”, desabafou em entrevista ao Correio.

O irmão da vítima, Terra Júnior, criticou a demora do processo e as manobras jurídicas que adiaram a prisão dos condenados. “É uma vergonha, um absurdo. Vai completar 24 anos da morte do meu irmão”, lamentou.

A votação no STJ terminou em empate: dois ministros votaram a favor do habeas corpus, dois contra, e um se absteu. Com o empate, os réus foram beneficiados. Agora, o caso segue para o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), onde o desembargador Mário Alberto Hirs assumiu a relatoria do recurso de apelação. A família teme que a condenação seja anulada.

O caso

Lucas Terra foi assassinado em 2001, aos 14 anos. Ele teria sido vítima de estupro pelos pastores após flagrar uma relação sexual entre os dois. Em seguida, foi morto e seu corpo foi queimado. Os acusados, líderes da Igreja Universal do Reino de Deus em Salvador, foram condenados em 2023, mas seguem recorrendo para evitar a prisão. A instituição nega as acusações e afirma que ambos são inocentes.

A família aguarda que a justiça seja feita, enquanto o caso continua a gerar debates sobre a eficácia do sistema judiciário em crimes de grande repercussão.
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