O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve em ato pró-anistia aos envolvidos do 8 de janeiro nesse domingo, 16, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. O número de apoiadores diverge entre as entidades que contabilizaram os presentes, mas aponta para baixa adesão à manifestação.
Bolsonaro pretendia levar 1 milhão à Copacabana, conforme postagem nas redes sociais no último 9 de março. No entanto, levantamentos do Datafolha, da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ) e do Monitor do Debate Público do Meio Digital, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), informam números menores que o esperado.
Durante discurso, o ex-presidente reconheceu que o público era menor que a manifestação organizada por bolsonaristas em 7 de setembro de 2022, quando ainda estava na Presidência. “Eleições de 2022, a gente arrastava multidões pelo Brasil. Foi aqui, no 7 de Setembro, tinha mais gente”, disse.
Esse é o quarto ato desde que Bolsonaro deixou o comando do Palácio do Planalto. Entre as manifestações, a desse domingo, 16, apresentou baixa adesão de apoiadores. Em 2024, por exemplo, em ato realizado na avenida Paulista, em São Paulo, em 25 de fevereiro, o "Monitor do debate político" do Cebrap apontou que 185 mil pessoas estavam em ato. A margem de erro foi calculada em 12% para mais ou para menos.
Para a mesma ocasião, levantamento da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo estimou um público de aproximadamente 600 mil pessoas apenas na avenida.
Segundo o Datafolha, o público estimado nesse domingo, 16, foi de cerca de 30 mil pessoas. O cálculo foi realizado com base em imagens aéreas tiradas às 11h10min, mais de uma hora depois de iniciar o evento, durante discurso do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) estimam que 18,3 mil pessoas estiveram presentes no ato, cálculo também feito a partir de imagens aéreas. A ação foi realizada por meio do “Monitor do debate político”, do Cebrap, coordenado por Pablo Ortellado e Márcio Moretto, da USP, além da ONG in Common. A margem de erro da contagem do Cebrap é de 2 mil pessoas para mais ou para menos.
A Universidade utilizou o método “Point to Point Network (P2P Net)”, método em que a contagem é feita com imagens aéreas, tiradas por drones. Um sistema com uso de inteligência artificial contabiliza cada pessoa.
Já a PMERJ estima que 400 mil pessoas estiveram na manifestação, mas segundo a Folha de São Paulo, a organização não deu mais detalhes de como foi realizada a estimativa de público.
Na cronologia, desde 2022, quando ainda estava na Presidência, essa é a manifestação com menor adesão dos apoiadores, conforme levantamento do Poder 360, calculado com base em imagens aéreas:7 de setembro de 2022: cerca de 111 mil pessoas, em Copacabana, no Rio de Janeiro;
7 de setembro de 2024: aproximadamente 60 mil pessoas, na avenida Paulista;
21 de abril de 2024: entre 40 e 45 mil pessoas, em Copacabana, no Rio de Janeiro;
25 de fevereiro de 2024: de 300 a 350 mil, na avenida Paulista;
16 de março de 2025: cerca de 26 mil, em Copacabana, no Rio.
Aliados políticos marcaram presença
Além de Bolsonaro, participaram da manifestação o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), o de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), e o de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Mendes).
Políticos cearenses do PL marcaram presença, como o deputado federal André Fernandes, e os deputados estaduais Alcides Fernandes e Carmelo Neto, presidente da sigla no Ceará.
Também estiveram presentes os senadores Flávio Bolsonaro e Magno Malta, o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, o pastor Silas Malafaia, coordenador do evento, entre outros.
O ato ocorreu em meio à denúncia contra o ex-presidente e mais outros 33 nomes por suposta participação em trama golpista após o resultado das eleições de 2022, marcadas pela vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O POVO