O especialista em transição de carreiras e diretor da Transite, Vinicius Walsh orienta como as organizações podem criar um ambiente harmonioso com uma equipe multigeracional
Com a chegada da genZ ao mercado, as empresas têm encontrado um cenário de grande diversidade em relação às idades dos colaboradores que compõem suas equipes. Assim, com o novo cenário, as organizações precisam ter uma boa capacidade de gestão, principalmente ao lidar com conflitos entre profissionais, muitas vezes motivados por comportamentos geracionais diferentes no ambiente de trabalho.
Um estudo feito pelas consultorias ASTD Workforce Development e Aspectum mostra que 1 a cada 3 pessoas desperdiçam 5 horas ou mais por semana em conflitos entre colegas de diferentes idades. De acordo com o levantamento, isso significa uma perda de 12% na produtividade do trabalho. Esses dados evidenciam a importância dos gestores entenderem a particularidade de cada geração, a fim de tornar o ambiente de trabalho mais harmonioso.
Nesse contexto, o especialista em transição de carreira e diretor da Transite, Vinicius Walsh, detalha os principais desafios enfrentados pelos gestores ao lidarem com colaboradores de diferentes idades. “Podemos destacar as divergências na comunicação, já que profissionais mais velhos preferem interações formais e presenciais, enquanto os jovens priorizam uma comunicação rápida e digital; expectativas de carreira distintas: Baby Boomers buscam estabilidade e longevidade na empresa, já os Millennials e a GenZ desejam um crescimento rápido e aprendizado contínuo; além da adaptação às tecnologias: colaboradores mais experientes podem encontrar dificuldades com ferramentas digitais, ao passo que compreender processos organizacionais tradicionais pode ser desafiador para os jovens”.
Para evitar conflitos e fortalecer a harmonia, as organizações devem adotar práticas de gestão que promovam a inclusão e a troca de experiências. Dentre as principais estratégias, Walsh destaca os programas de mentoria reversa, possibilitando que profissionais mais jovens compartilhem conhecimentos tecnológicos enquanto aprendem com a experiência dos mais antigos; a adoção de uma comunicação flexível, tanto presencial quanto digital, atendendo às diferentes preferências; além dos modelos de trabalho flexíveis, com opções de home office, horários flexíveis e formas de trabalho híbrido, atendendo tanto a quem busca estabilidade quanto a quem prioriza autonomia.
“Também podemos destacar outras estratégias como o treinamento contínuo e colaborativo, fator que gera maior interação entre os colaboradores que aprendem juntos, promovendo um espaço de atualização constante. Ao implementar essas práticas, as empresas garantem um ambiente mais harmonioso e produtivo, aproveitando o melhor de cada profissional para impulsionar o crescimento organizacional”, destaca Vinicius Walsh.
Segundo o especialista, uma equipe multigeracional, quando bem estabelecida, pode ser benéfica, possibilitando oportunidades como a mentoria cruzada, com profissionais mais velhos compartilhando sua experiência e visão estratégica, enquanto os mais jovens ensinam sobre novas tecnologias e tendências; além de ambientes de trabalho mais equilibrados, mesclando cautela e ousadia para uma tomada de decisão mais assertiva.
“O equilíbrio entre a experiência e a inovação é essencial para que as empresas se adaptem às constantes mudanças do mercado. Um exemplo prático desse equilíbrio ocorre em organizações que combinam a expertise dos Baby Boomers na tomada de decisões estratégicas com a capacidade dos Millennials e da GenZ de explorar novos mercados digitais e tecnologias emergentes. Isso permite que a organização inove sem comprometer a solidez operacional”, reforça Vinicius Walsh.
Assim, o especialista explica que empresas que promovem essa harmonia conseguem se adaptar mais rapidamente às transformações do mercado, garantindo crescimento sustentável e inovação contínua. A combinação entre tradição e inovação ajuda na criação de produtos e serviços que atendam às necessidades de diferentes públicos, ampliando o alcance e a competitividade da empresa.