
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Da redação
Diante da restrição na qualidade dos cursos de Medicina no Brasil, uma proposta para a criação de uma prova obrigatória para médicos recém-formados — nos moldes da OAB para advogados — está sendo debatida no Congresso Nacional. A medida divide opiniões entre parlamentares da base governamental e da oposição.
Ao mesmo tempo, o Ministério da Educação (MEC) estuda formas de tornar mais rigorosas a avaliação dos cursos da área, como forma de garantir que os profissionais saiam das faculdades com uma formação adequada.
A preocupação com a formação médica tem crescido nos últimos anos, impulsionada pela rápida expansão da oferta de vagas no setor. O número de cursos de Medicina no país saltou de 181, em 2010, para 401, em 2023 — um aumento de 127% em 13 anos. Esse crescimento está diretamente ligado ao avanço do setor privado, que movimenta cerca de R$ 26,4 bilhões por ano, representando 40% do mercado de ensino superior.
No entanto, os especialistas alertam que a quantidade não tem sido acompanhada pela qualidade. Muitos dos novos cursos operam sem estrutura adequada, com laboratórios precários, falta de professores específicos e deficiência de desenvolvimentos condizentes com a complexidade da profissão.
Os dados mais recentes do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) reforçam essa preocupação. Segundo a edição de 2023, divulgada na última semana, os cursos de Medicina pioraram em relação à avaliação anterior, de 2019. Atualmente, 20% dos cursos não atingiram o nível superior — percentual que era de 13% há quatro anos. Com informações do jornal O Globo.